O efeito da laserterapia localizada, ou seja, sobre um tecido lesionado e/ou em processo inflamatório, é bem conhecido: ocorre um alívio imediato da dor, redução do edema e aceleração da cicatrização. Essas respostas bem sucedidas deram origem a uma técnica de tratamento tem sido muito explorada há quase 30 anos: a irradiação com laser vermelho ou infravermelho dentro de vasos sanguíneos. O objetivo primeiro é melhorar a circulação sanguínea, linfática, e, também a resposta imunológica.
O efeito da laserterapia localizada, ou seja, sobre um tecido lesionado e/ou em processo inflamatório, é bem conhecido: ocorre um alívio imediato da dor, redução do edema e aceleração da cicatrização. Essas respostas bem sucedidas deram origem a uma técnica de tratamento tem sido muito explorada há quase 30 anos: a irradiação com laser vermelho ou infravermelho dentro de vasos sanguíneos. O objetivo primeiro é melhorar a circulação sanguínea, linfática, e, também a resposta imunológica.

Mecanismo da Terapia

Diferentes comprimentos de onda tem sido utilizados nessa terapia ILIB, desde o violeta até o infravermelho próximo. Entretanto, os resultados mais significativos têm sido alcançados com lasers emitindo no vermelho e/ou no infravermelho. A luz da faixa espectral vermelha é absorvida pelos citocromo c-oxidase, presente na cadeia respiratória das mitocôndrias e, consequentemente, mudando o estado de oxi-redução mitocondrial e citoplasmático. Essa mudança na velocidade de transporte de elétrons da cadeia respiratória gera aumento na força próton-motora, no potencial elétrico da membrana mitocondrial, na acidez do citoplasma e na quantidade de ATP (Adenosina Tri Fosfato) endocelular. O aumento na concentração de íons H+ intracelular gera mudanças na bomba de sódio (Na+) e potássio (K+) na membrana celular, aumentando a permeabilidade aos íons de cálcio (Ca++) para o meio intracelular. A quantidade aumentada desse cátion afeta o nível dos nucleotídeos cíclicos que modulam a síntese de RNA e DNA. Altera o estado oxi-red da célula, promovendo reações químicas e enzimáticas para a dissociação de componentes internos, liberando, imediatamente, as moléculas de óxido nítrico anteriormente ligadas ao citocromo c-oxidase, e então acelerando o metabolismo; isso irá refletir numa vasodilatação em nível tecidual. Luz emitindo na faixa espectral do infravermelho próximo pode ser absorvida tanto pelo citocromo c-oxidase, na cadeia respiratória mitocondrial e gerar todos os efeitos já descritos aqui, mas também poderá ser absorvida nas biomembranas, gerando então, mudanças fotofísicas, de polaridade das membranas que resultarão na alteração da condução de estímulos neurais e também da permeabilidade dessas biomembranas. O estímulo fotônico do citocromo c oxidase melhora a produção de energia intracelular, ativando as bombas para formação de moléculas ATPs; a foto-resposta das proteínas de membrana e dos canais de íons, é o aumento do influxo de cálcio, sódio e magnésio, ativando as bombas de sódio/potássio e de próton, melhorando o metabolismo celular. Mas qual o efeito da Laserterapia no sangue circulante? O fotorreceptor será a hemoglobina, que também é uma hemoproteína assim como o citocromo c-oxidase, dessa forma, promovendo o fotodesligamento das moléculas de óxido nítrico (NO) e, resultando, em um aumento imediato da microcirculação, devido ao relaxamento das paredes dos vasos sanguíneos, o que resultará numa melhor fluência do sangue circulante. E é por isso que, seria tão bem empregado para controlar a hipertensão e também para promover um relaxamento sistêmico do paciente, como sugerido no estudo de Tomimura et al.

Indicações

A terapia ILIB está indicada onde houver a necessidade de modular alterações no sistema circulatório sanguíneo para:

  • Vasodilatação
  • Aumento na microcirculação
  • Melhora nas características reológicas do sangue
  • Redução na sedimentação e viscosidade sanguínea
  • Ativação da agregação plaquetária
  • Regulação dos lipídios sanguíneos
  • Efeitos antinflamatórios (interferência na cascata do ácido aracdônico)
  • Ativação do sistema imunológico (macrófagos, linfócitos, células dendríticas).

Dessa forma, estão indicadas para serem tratadas com a terapia ILIB: processos inflamatórios e dolorosos agudos e crônicos, doenças degenerativas, processos infecciosos, ou seja, todos os pacientes podem ser beneficiados. Não há contra-indicações, desde que a dosimetria esteja adequada considerando a via de administração e a faixa etária. O sucesso da terapia ILIB dependerá da dosimetria individualizada e revisada a cada sessão, ao longo do tratamento.

Efeitos Fisiológicos:

  • Controle da pressão arterial
  • Diminuição dos açúcares (glicose e triglicerides) e das gorduras (LDL) no sangue (glicose, triglicerides)
  • Aumento da oximetria sanguínea
  • Aumento da circulação próxima a região da irradiação
  • Controle das enzimas hepáticas (TGP e TGO)
  • Aumento da SOD
  • Redução da pressão intraocular (bom para glaucoma)
  • Melhora hemodinâmica do feto quando da irradiação da gestante
  • Redução do conteúdo de proteína C reativa
  • aumento a atividade do complemento
  • Aumento do nível plasmático de imunoglobulinas (IgA, IgM, IgG)
  • Diminuição da capacidade de agregação trombocitária
  • Ativação da fibrinólise que aumenta a circulação periférica

Efeitos Clínicos:

  • Melhora na qualidade do sono
  • Sensação de bem-estar e de auto-confiança
  • Melhora na disposição para realizar tarefas físicas
  • Facilitação para as atividades cognitivas
  • Alívio de dores
  • Alívio de inchaços coadjuvante no emagrecimento
  • Reabilitação física e emocional, entre outros

Protocolos:

Originalmente, essa terapia foi desenvolvida para o uso de lasers com potências bem baixas, em torno de 1-4mW, e com aplicação através de uma fibra óptica que era colocada dentro do vaso sanguíneo, pelo acesso venoso percutâneo superficial, na região do pulso e/ou antebraço (veias da fossa antecubital: mediana do antebraço ou do cotovelo, basílica e cefálica), por isso a denominação “intravascular”. Gasparyan já havia estudado e sugerido outras vias de irradiação do sangue, como a não-invasiva, transcutânea, então, o Prof. Ricardo Trajano, em 2007, pensando num tratamento fotônico holístico e integrado iniciou estudos sobre a terapia em via transcutânea ou transdérmica. Então foi desenvolvido um equipamento que pudesse realizar esse tipo de terapia, com lasers vermelho e infravermelho, 100mW de potência cada, e, vários clínicos e pesquisadores passaram a estudar essa nova modalidade terapêutica, inclusive, profissionais médicos junto ao InCor (Instituto do Coração, em São Paulo, SP), sob supervisão da Dra. Maria Cristina Chavantes.

A ILIB transcutânea (TC) surge, então, com o objetivo de minimizar riscos de infecções cruzadas, alto custo (fibras ópticas descartáveis) ou a fiscalização da vigilância sanitária na esterilização eficiente, sem danos ao equipamento; além de ser mais de fácil execução. Lasers mais potentes, em torno de 100mW de potência de saída, com uma irradiância em torno de 3,33W/cm2, utilizando uma via de administração, caracterizada pela aplicação na pele, muito semelhante às aplicações pontuais já conhecidas, entretanto, depositando doses mais altas para ser absorvida pela circulação e gerar um efeito sistêmico mais significativo. O local escolhido deveria apresentar grande e eficiente vascularização (presença abundante de vasos sanguíneos). Dessa forma, inicialmente, a região escolhida passou a ser onde a artéria/veia radial está mais superficial na região do pulso (Fig. 1).

Figura 1 – ILIB TC no pulso na região da artéria radial (Laser Duo, MMOptics)

Outras novas vias de administração e entrega da laserterapia estão surgindo, buscando entregar, de forma ainda mais eficiente, a energia do laser, para o sistema vascular, via transmucosa (TM), intranasal (IN) e sublingual (SL) (Fig. 2).
Baseada na minha experiência clínica, nos estudos publicados até o momento e na pesquisa que estou finalizando para publicação, alguns protocolos clínicos serão aqui sugeridos. A suplementação com nutracêuticos (complexos vitamínicos e minerais antioxidantes), modulação hormonal e uma dieta rica em beterraba crua (suco), espinafre, nozes e chocolate amargo poderá garantir substrato com taxas mais altas de NO2 (dióxido de nitrogênio), poderá melhorar, ainda mais, os resultados clínicos esperados.

LIB transcutâneo (TC) no pulso para gerenciamento da senescência:

  • Iniciar com tempo de 10 minutos e aumentando lentamente a cada sessão (10, 15, 20 e 30 minutos) e observar e questionar o paciente sobre as sensações imediatas e tardias (horas depois);
  • A frequência das sessões poderá ser de 10 dias seguidos, intermitentes, suspender por 20 dias, e repete o protocolo (manutenção a cada 4 meses).
  • Alternar, a cada sessão, 660nm e 808nm; ou ainda,
  • Poderá ser associado às sessões de tratamento odontológico (1 ou 2 X por semana, 30 minutos a cada sessão).

OBS: Pacientes idosos (acima de 60 anos) e/ou polifármacos deverão iniciar a terapia, e talvez mantê-la assim, com um tempo de irradiação de 2 a 5 minutos (laser com potência de 100mW), aplicação transmucosa (TM) intranasal (IN), ou, de 5 a 10 minutos transcutâneo (TC) no pulso (artéria radial), com 2 a 3 sessões semanais no comprimento de onda vermelho (660nm), sempre observando a oximetria e as sensações sistêmicas.

ILIB transmucosa (TM) intranasal (IN) ou sublingual (SL) para melhora do bem-estar e disposição:

  •  Como protocolo, poderá ser realizado de 2 a 3 vezes por semana, com aplicações de 2 a 10 minutos, quando utilizar um laser com potência de saída de 100mW, e a aplicação TM IN ou SL, alternando as narinas a cada sessão;
  • Pacientes gestantes e crianças, realizar as sessões com irradiação por apenas por 2 minutos TM SL 808nm (seguindo as orientações da médica cardiologista Profa. Dra. Maria Cristina Chavantes – InCor, São Paulo, SP, Brasil).

ILIB transmucosa (TM) sublingual (SL) para reabilitação do sistema estomatognático:

  •  Realizar aplicações de 10 minutos com laser infravermelho 808nm, ao final de cada sessão de reabilitação orofacial;
  • Quando envolver procedimentos que possam gerar sensibilidade pós-operatória (fotoclareamento dental, raspagem periodontal, sessões longas de preparos para próteses intra-orais, por exemplo), o comprimento de onda infravermelho será o mais indicado (de 10 a 30 minutos);
  • Quando o tratamento necessitar de uma resposta fisiológica melhorada (PO à partir de 72h de cirurgias orais menores ou de peelings faciais, por exemplo), então o comprimento de onda vermelho 660nm será o mais indicado para auxiliar no aporte nutricional e de oxigênio para facilitar e reparo tecidual (10 a 15 minutos de irradiação); e,
  • Nas sessões de Fotocinesioterapia (Método da Profa. Lizarelli para reabilitação e harmonização orofacial), aplicar 15 minutos com laser vermelho (660nm) TC ou SL, antes da(s) cinesioterapia(s) (eletroterapia para isometria, exercícios e/ou bandagens elásticas funcionais), e, 15 minutos com laser infravermelho (808nm) TC ou SL, imediatamente após a(s) cinesioterapia(s) executada.

É muito importante somente iniciar a terapia após preenchimento do consentimento livre e esclarecido ou Autorização para receber a Laserterapia, pelo paciente. Exames para aferição de pressão arterial, oximetria e exames séricos e/ou salivares iniciais e periodicos (trimestrais, semestrais ou anuais) são benvindos para manter a reavaliação de cada paciente, ao longo do tratamento com ILIB.

Uso das pulseiras:

Autora

Profa. Dra. Rosane F. Z. LIZARELLI

MS, Dr., PhD em Biofotônica / CROSP 43.536 (Consultora técnica MMO)

A MMO evolui constantemente para seguir em busca de soluções que mude para melhor a realidade da sociedade e profissionais da saúde. Hoje a empresa oferece tecnologia efetiva atuante em diversas áreas, desde tratamentos estéticos, odontológicos, até problemas de saúde pública como o câncer. Projetos desenvolvidos com foco na ciência, consolidados por estudos e pesquisas que conquistam novos públicos a cada dia.

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